sábado, 8 de agosto de 2015

Origem da cachaça

Olá, sejam bem vindos.

Estamos inaugurando este blog com muita felicidade, pois sou um grande apreciador de cachaça. Aqui você poderá saber mais sobre essa bebida maravilhosa quando enriquecida de aromas das mais diversas origens.


Toda semana publicaremos assuntos relacionados à cachaça, ervas, cascas de árvores, frutas, raízes e frutos de nossa flora, que é a mais rica do mundo.



Publicaremos vídeos, fotos e outras mídias referentes aos assuntos para que sua compreensão seja mais bem absorvida. E para começar, falaremos hoje da cachaça: origem, matéria-prima, processos de produção, tipos e o prazer de degustá-la.

Por volta de 1530, os escravos que extraiam a cana de açúcar para fazerem açúcar, cozinhavam parte do caldo proveniente do esmagamento que se tornava um melaço grosso, o qual deram o nome de cagaça e tinha um alto teor de álcool após fermentar, era misturado aos restos de cana e alimentava os animais. Certo dia eles misturaram uma cagaça nova à velha forçando, assim a evaporação do álcool que formou gotículas no teto do engenho. Quando as gotas de álcool pingavam em suas cabeças e chegava até suas bocas, os escravos experimentaram a bebida que teria o nome de “pinga”. Esse álcool também pingava em suas costas, onde haviam ferimentos devido aos castigos e eles sentiam muito ardor, batizando também com o nome de “aguardente”.

Existem diversas variedades de cana-de-açúcar para produção de cachaça. Podemos  destacar as quatro melhores que são: RB867515, RB855536, SP801816 e SP803280. Essas variedades foram desenvolvidos e classificados de acordo com seu teor de açúcar, resistência às pragas e à ferrugem.




No processo de produção da cachaça é necessário, em primeiro lugar escolher a cana mais adequada à bebida que se quer produzir. A cana deve ser fresca e limpa e deverá passar pela moagem até 36 horas após ser colhida. O caldo é separado do bagaço, decantado, filtrado,  adicionados de outros componentes e levado às dornas de fermentação. A sala de fermentação precisa ser arejada e com a temperatura ambiente em 25°. As dornas onde a mistura fica por cerca de 24 horas, podem ser de madeira, aço inox, plástico ou cimento. O mosto fermentado, agora se chamará de vinho de cana, deverá ser destilado, pois a levedura que causou a transformação é rica em elementos nocivos à saúde, porém possui baixa concentração alcoólica. O processo é ferver o vinho em alambiques de cobre, onde serão produzidos vapores e condensarão por resfriamento e apresentará grande quantidade de álcool etílico, a cachaça.




Outra etapa da produção, opcional, é o envelhecimento que ocorre em barris de diversos tipos de madeira, dando assim um toque diferente à bebida.




Dentre os diversos tipos de cachaça, podemos destacar as mais populares, que são: branca, amarela, premium, extra premium, reserva e adoçada.




Para se degustar uma cachaça basta escolher a forma de apreciá-la: Isolada (purinha), Misturada (caipirinha, coquetéis) ou acompanhada (caldinho, fruta cítrica).




Na próxima semana comentaremos sobre cachaças aromatizadas.


Até mais.



Kurt Stolle

Cachaças Aromatizadas

Para os apreciadores da cachaça nada melhor que um gole da “marvada” no final do dia, após o trabalho. Porém tem aqueles que gostam de esconder que gostam da cachaça e tentam disfarçar bebendo uma cachaça com aroma diferente.




Existem diversos aromas para misturar à cachaça, como raízes, ervas, cascas de árvores, sementes, folhas e frutas. A maioria desses aromas são plantas medicinais, que muitas pessoas dizem que faz bem à saúde. Eu, particularmente, não acredito muito que cachaça faça bem à saúde, mas sou um grande apreciador desse tipo de bebida e, digo a vocês que por diversas vezes me senti muito bem após tomar uma cachaça misturada à um aroma.




Alguns bares ainda resistem à evolução das bebidas como a cerveja, que hoje existe uma grande variedade de especiais. Um deles é o Thyliu’s, no Ogunjá em Salvador/BA que mantém essa tradição. Estão no ramo há mais de 20 anos. Em garrafões armazenam sabores de jatobá, catuaba, erva-doce e cravinho, além de outros. Divertido, o casal recebe o cliente dizendo que a farmácia está aberta para atender qualquer problema de saúde, de gripe a dor de cotovelo.






Nas regiões norte e nordeste do Brasil existe o “lambedor”, bebida à base de mel de açúcar e cachaça com diversas infusões de raízes, cascas de árvores, ervas, etc. que serve para todo tipo de doença, desde um simples resfriado até câncer de cérebro. Vários lambedores são indicados para aumentar a potência sexual, tanto de homens, quanto de mulheres.






A cachaça aromatizada é um tipo de lambedor, pois as propriedades das ervas, raízes, cascas de árvore são indicadas para combater diversos tipos de doença, como a casca da árvore Angico que é bom contra tosse, asma e bronquite; a Carqueja é indicada para o tratamento de diabetes, protege o fígado e auxilia no emagrecimento; a Catuaba é um bom diurético, expectorante, antioxidante e um poderoso afrodisíaco, pois é um ótimo vasodilatador.






Há algum tempo estou produzindo cachaças aromatizadas. Já tenho 34 aromas diferentes, com frutas, raízes, cascas de árvores, ervas e sementes. São diversos sabores para se apreciar, como doce, amargo, travante, licor, etc. Até o final de ano pretendo chegar a 70 aromas. O processo de produção é simples, porém trabalhoso. Todo material utilizado é esterilizado para não haver contaminação.






Um grande abraço a todos. Até a semana que vem.



Kurt Stolle